Estou gostando do curso até aqui. Só poderei analisá-lo depois de terminá-lo, mas eu preciso colocar uma problematização que considero pertinente. Sou licenciado em Artes Visuais, especialista em Educação e Arte e estudo estética e semiótica há 12 anos. O curso tem como eixo teórico claro a visão estética elaborada pela Escola de Frankfurt que coloca a política no centro da análise estética e a arte dialeticamente condicionada pelos e condicionante dos discursos políticos. Porém, não devemos nos esquecer de que, desde o Paleolítico Superior, lá na longínqua Pré-história, milênios antes mesmo de a arte ter o nome de "arte", a arte sempre cumpriu e continua cumprindo diversas funções nas sociedades, dos xamãs-artistas da Polinésia às academias artísticas de Paris. Função pedagógica, religiosa, cultural, social, filosófica, psicológica, comercial, lúdica, decorativa, histórica, documental, conceitual, experimental e, também, política. Muitas manifestações artísticas, não apenas na nossa civilização ocidental, como também em todas as outras civilizações humanas, tiveram e têm como função predominante uma ou mais das outras funções artísticas diferentes da função política. Em muitos momentos, inclusive, a função política nem sequer aparece ou, se aparece, tem relevância secundária. Vivenciar e interpretar a arte tendo sua função política como centralizadora de toda a gigantesca construção do estético e da multifacetada experiência do sensível é diminuir o enorme impacto que a estética e a arte desempenham na existência humana, impacto estruturante da própria existência humana, desde as cavernas paleolíticas até, provavelmente, o futuro distante.